15 erros no orçamento empresarial que pelo menos 98% das empresas cometem.

Como ajustar seu orçamento empresarial para aumentar a rentabilidade e reduzir custos

Administrar um negócio vai muito além de vender bem. Mesmo com dinheiro entrando, muitas empresas enfrentam problemas financeiros que parecem não ter explicação. 

Não é coincidência: uma pesquisa do Compra Agora, em parceria com o Instituto Locomotiva, revelou que 98% dos varejistas de pequenos e médios negócios enfrentam pelo menos uma dificuldade financeira

Isso significa que praticamente todo empreendedor, em algum momento, sente o impacto de decisões erradas na gestão do dinheiro.

Se você quer garantir que sua empresa não entre para essa estatística, precisa conhecer os erros mais comuns no orçamento empresarial e entender como evitá-los. Vamos lá!

Os 15 maiores erros do orçamento empresarial 

Desde um orçamento mal planejado até a precificação incorreta de produtos, pequenas falhas podem sugar a margem de lucro e colocar a empresa no vermelho sem que o empresário perceba. 

Para evitar que isso aconteça, é essencial identificar onde estão os problemas e corrigi-los antes que se tornem um risco para a sobrevivência do negócio.

Aqui estão os 15 erros mais comuns que afetam o orçamento empresarial e que, muitas vezes, passam despercebidos:

1. Achar que orçamento é apenas uma formalidade

Muita empresa acha que orçamento é só um documento bonito para deixar na gaveta e revisar uma vez por ano – tipo dieta de janeiro.

Mas a realidade não perdoa: 76% das pequenas e médias empresas nem usam um sistema de gestão, segundo o Sebrae e o Gartner Group.

E aí acontece o clássico: dinheiro some, contas se acumulam, e ninguém sabe onde foi parar o lucro.

Orçamento não é só um capricho, é o GPS financeiro da empresa. Sem ele, a chance de ir parar na estrada da falência é gigante.

2. Subestimar despesas invisíveis

Sabe quando você faz um orçamento para viajar e pensa que só vai gastar com passagem e hotel? Aí chegam os custos “fantasmas”: taxa de embarque, lanchinho no aeroporto, Uber, suvenir inútil…

No fim, a viagem ficou o dobro do preço. No negócio, acontece a mesma coisa. Taxas bancárias, desperdício de material, licenças de software esquecidas no cartão da empresa…

Tudo parece pequeno, até que somado tira uma fatia gigante do seu lucro.

3. Não reavaliar contratos e fornecedores

Seguir pagando o mesmo fornecedor sem revisar o contrato é o equivalente a assinar academia e nunca pisar lá. Dinheiro jogado fora!

Muitos empresários fecham um contrato, esquecem dele e continuam pagando preços que já não fazem sentido.

Mas e se o mercado mudou? E se tem um fornecedor cobrando menos? E se você não precisa mais daquele serviço?

Reavaliar contratos regularmente evita desperdício e mantém a empresa mais enxuta.

4. Superestimar o crescimento anual

Começar o ano dizendo que vai dobrar o faturamento sem um plano real é tipo achar que vai aprender francês só porque baixou um app.

Funciona? Nem um pouco.

Empresas fazem a mesma coisa: jogam um crescimento absurdo na planilha sem considerar mercado, concorrência ou capacidade operacional.

Para um plano de crescimento dar certo, o orçamento empresarial precisa incluir:

  • Capacidade de investimento sem comprometer o caixa
  • Projeções realistas baseadas no histórico de vendas
  • Avaliação dos custos extras necessários (equipe, estrutura, tecnologia)
  • Uma reserva para o caso das coisas não saírem como esperado

Não basta querer crescer – precisa planejar cada detalhe para não acabar tropeçando na própria ambição.

5. Misturar previsão de receita com fluxo de caixa

Receita prevista é aquele dinheiro que teoricamente vai entrar. Fluxo de caixa é o dinheiro que realmente já caiu na conta.

Misturar os dois é como gastar um bônus antes dele cair – um risco gigantesco.

Imagine uma loja de móveis que prevê um faturamento de R$ 500 mil no mês e já contrata mais funcionários e compra mais estoque. Mas parte desse valor só será recebido a prazo, parcelado em 10x.

Enquanto isso, as contas não esperam: fornecedor quer pagamento à vista, salários vencem no fim do mês, e o aluguel continua firme e forte.

O que parecia lucro vira um sufoco, e o empresário descobre, da pior forma, que dinheiro esperado não paga conta vencida.

6. Fazer investimentos sem planejamento financeiro

A Kodak era gigante, líder do mercado. Mas jogou milhões no filme fotográfico e ignorou a fotografia digital.

Adivinha? Faliu.

Esse é o clássico erro de investir sem olhar para onde o mercado está indo. Comprar equipamento desnecessário, expandir sem análise ou apostar em modinha sem retorno – tudo isso esvazia o caixa rapidamente.

E aí entra o orçamento empresarial. Antes de qualquer investimento, ele precisa responder algumas perguntas básicas:

  • Esse gasto cabe no fluxo de caixa?
  • O retorno virá em quanto tempo?
  • Quais os riscos se não der certo?

Se não tiver resposta para isso, o que parece um “investimento” pode virar apenas um rombo nas finanças.

Leia também: Planejamento fiscal anual: como preparar sua empresa para 2025?

7. Não revisar o impacto de impostos

Imposto é tipo celular sem plano de dados: se você não presta atenção, de repente chega uma conta absurda.

Muita empresa paga mais do que deveria porque escolheu o regime tributário errado ou simplesmente esqueceu de calcular tudo certinho.

E aí, quando vem a multa, a surpresa é grande.

Imposto não é aquele problema que dá para “resolver depois” – ele come seu caixa antes mesmo de você perceber.

8. Misturar previsão de receita com fluxo de caixa

Receita prevista é aquele dinheiro que você acha que vai entrar. Fluxo de caixa é o que realmente está na conta.

Misturar os dois é tipo contar com o 13º antes do patrão confirmar.

Um restaurante prevê vender 5.000 refeições no mês e já contrata mais funcionários, aumenta o estoque, mas aí chove a semana inteira e as vendas despencam.

Resultado? O caixa aperta, o dono se desespera e o prejuízo chega.

Só dinheiro real paga conta real.

9. Negligenciar a reserva financeira da empresa

Sabe aquele ditado “dinheiro na mão é vendaval”?

Para muitas empresas, ele é a pura verdade.

Uma pesquisa do Compra Agora, em parceria com o Instituto Locomotiva, mostrou que 3 em cada 10 pequenos varejos alimentares não têm nenhuma reserva financeira, e 45% só conseguem segurar as contas por dois meses.

Se surgir um imprevisto – como queda nas vendas, aumento de custos ou um equipamento quebrado –, a única saída pode ser um empréstimo caro ou, pior, fechar as portas.

No orçamento empresarial, a reserva financeira precisa estar lá, como uma despesa fixa.

Separar uma porcentagem do lucro para emergências garante que a empresa sobreviva a períodos difíceis sem depender de crédito ou medidas desesperadas.

Não é uma questão de se um problema vai acontecer, mas quando.

10. Não medir a eficiência do orçamento anual.

Fazer um orçamento empresarial e nunca revisar se ele está funcionando é como começar uma dieta e nunca subir na balança. Como saber se deu certo?

Se a empresa previu gastar R$ 20 mil em insumos e gastou R$ 30 mil, tem um problema. Se a margem de lucro esperada era de 30% e só ficou em 15%, precisa de ajustes. 

A única forma de melhorar a gestão financeira é analisando se o orçamento foi seguido e onde as projeções erraram. Quem mede, melhora. Quem não mede, descobre o problema quando o dinheiro já sumiu.

11. Subestimar crises e sazonalidades.

Um restaurante na praia não pode fingir que o inverno não existe

Uma loja de material escolar precisa saber que janeiro e fevereiro são meses fortes, mas que maio e junho podem ser fracos. 

Isso é sazonalidade, e empresas que não planejam para isso acabam pegando empréstimos em meses ruins e gastando tudo nos meses bons.

O orçamento empresarial precisa levar isso em conta. Separar reservas para períodos de baixa, planejar promoções estratégicas e ajustar os custos conforme a demanda são formas de evitar o sufoco

Quem ignora a sazonalidade está basicamente apostando contra o relógio.

12. Misturar finanças pessoais e empresariais.

Pegar dinheiro do caixa da empresa para pagar o mercado de casa é igual a beber refrigerante da geladeira do restaurante sem registrar no estoque: parece inofensivo, mas no final do mês, o rombo aparece.

O orçamento empresarial serve justamente para separar o que é da empresa e o que é do dono. 

Misturar tudo cria um efeito bola de neve: um dia é só um “empréstimo rápido” para pagar uma conta pessoal, no outro a empresa está bancando férias, gasolina e até a Netflix. 

Quando o dinheiro se mistura, ninguém sabe mais se o negócio está realmente lucrando ou se está só financiando o estilo de vida do dono. A regra é simples: empresa é empresa, bolso é bolso.

13. Não calcular corretamente o preço do produto/serviço.

Uma padaria vende um pão francês por R$ 1,00, mas será que esse valor cobre todos os custos? Matéria-prima e gás do forno são fáceis de lembrar, mas e o aluguel, os salários, os impostos e as taxas do cartão?

No orçamento empresarial, a precificação correta deve incluir:

  • Custos diretos – matéria-prima, mão de obra, energia na produção.
  • Custos indiretos – aluguel, contas fixas, salários administrativos.
  • Impostos e taxas – ICMS, ISS, PIS, COFINS, taxas bancárias.
  • Lucro real – a margem deve cobrir riscos e garantir crescimento.

Empresários que ignoram esses fatores trabalham muito e ganham pouco. Um orçamento bem estruturado evita esse erro, garantindo que cada venda traga lucro de verdade.

14. Não considerar todos os custos fixos e variáveis.

No orçamento empresarial, entender a diferença entre custos fixos e variáveis é essencial para evitar distorções na precificação e no planejamento financeiro

Custos fixos são aqueles que a empresa precisa pagar todos os meses, independentemente do volume de vendas, enquanto os variáveis oscilam conforme a produção ou os serviços prestados.

  • Custos fixos – aluguel, folha de pagamento, contas de água, luz e internet, licenças de software.
  • Custos variáveis – matéria-prima, comissões, frete, taxas de cartão de crédito.

Muitos empresários consideram apenas os custos variáveis ao definir preços e tomar decisões, ignorando os fixos. Isso leva a projeções erradas, que afetam o fluxo de caixa e podem comprometer o crescimento do negócio. 

Um orçamento bem estruturado garante que ambos os custos sejam devidamente calculados, mantendo a empresa financeiramente equilibrada.

15. Não fazer um orçamento desde o início.

Abrir uma empresa sem orçamento é tipo viajar sem planejar os custos

Você chega na metade do caminho e percebe que gastou demais, não tem dinheiro para o resto e precisa começar a cortar coisas essenciais.

Desde o primeiro dia, o orçamento empresarial precisa existir. Ele define onde gastar, quanto separar para emergências e como a empresa pode crescer sem entrar em apuros

Quem começa organizado tem muito mais chances de se manter no jogo por anos – quem ignora isso, aprende da pior forma.

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