Se você atua no setor da construção civil, já percebeu que os impostos podem engolir boa parte da margem de lucro — e o pior é que, muitas vezes, isso acontece por falta de um planejamento.
Neste artigo, vamos mostrar quais são os principais tributos que impactam a sua construtora: o melhor regime de tributação, quais materiais geram economia, e onde estão as grandes oportunidades escondidas — principalmente nas obras próprias.
Você vai entender o que muda com a Reforma Tributária que está se aproximando, o que fica, o que sai e, principalmente, como transformar essa nova realidade em vantagem competitiva para o seu negócio. Vamos lá?
Qual o melhor regime tributário para construtora?
Essa é daquelas decisões que parecem simples, mas mudam tudo no final do mês. Muita gente escolhe o regime tributário da empresa só porque “sempre foi assim”, e acaba pagando mais do que deveria. E o pior: nem percebe.
Hoje, uma construtora pode estar no Simples Nacional, no Lucro Presumido ou no Lucro Real. E cada um deles tem suas vantagens — e armadilhas.
- Simples Nacional: parece prático, especialmente para quem fatura até R$ 4,8 milhões por ano. Mas nem sempre é o mais barato. Ele tem alíquota fixa e pouca margem para dedução, o que pode pesar no bolso de quem tem muitos custos.
- Lucro Presumido: funciona bem para quem tem uma margem de lucro alta e poucas despesas. O problema é que o imposto é calculado sobre um valor “presumido” — então, mesmo se você não tiver lucro real, vai pagar imposto como se tivesse.
- Lucro Real: exige mais controle, mas abre espaço para deduzir custos e aproveitar benefícios fiscais. Para construtoras com despesas mais altas, pode representar uma economia enorme.
Esses três regimes vão continuar existindo mesmo com a reforma tributária, mas não da mesma forma. A partir de 2026, alguns tributos serão substituídos por outros, o que vai afetar diretamente como os impostos são apurados dentro de cada regime.
A estrutura muda, as obrigações mudam — e o que hoje é vantajoso pode deixar de ser. Por isso, a decisão sobre o melhor regime precisa ser revista à luz dessa nova realidade.
Além disso, estar no regime errado pode significar um pagamento extra de até 25% ao ano em tributos. Isso é dinheiro que poderia estar no caixa, na próxima obra ou na distribuição de lucros.
Mas antes de tomar qualquer decisão sobre qual regime é o mais vantajoso, é importante entender quais são os impostos que realmente impactam a sua construtora — e como cada um deles pode pesar no seu resultado.
Leia também: O que vai mudar com a Reforma Tributária em 2025?
Quais impostos uma construtora paga?
Atualmente, as construtoras precisam lidar com uma lista pesada de tributos:
- Imposto Sobre Serviços (ISS): cobrado pelos municípios sobre os serviços de construção.
- Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS): incide sobre a compra de materiais e mercadorias.
- Contribuição Previdenciária Patronal (INSS Patronal): contribuição paga sobre a folha de pagamento e a mão de obra da obra.
- Programa de Integração Social (PIS): contribuição sobre a receita bruta da empresa.
- Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS): também incide sobre o faturamento mensal.
- Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ): imposto sobre o lucro da empresa.
- Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL): contribuição sobre o lucro destinada à seguridade social.
Mas tudo isso está prestes a mudar. A Reforma Tributária começa a valer em 2026, com transição até 2033. Os cinco primeiros tributos dessa lista serão substituídos pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS).
Na teoria, parece que vai simplificar. Na prática, você vai ter que conviver com os dois sistemas ao mesmo tempo — o antigo e o novo.
A contabilidade vai precisar acompanhar novas regras, cálculos diferentes, mudanças de alíquotas e obrigações que ainda estão sendo definidas.
E aí vem a pergunta: quem cuida da sua contabilidade sabe lidar com isso? Porque se não souber, o risco é alto — pagar imposto errado, perder prazo, desperdiçar crédito tributário… ou até responder por erros que não foram seus.
É como construir um prédio com uma equipe que nunca leu uma planta. Vai dar problema.
Quais materiais podem ser deduzidos na construção civil?
Essa é uma das dúvidas mais comuns — e uma das que mais afetam o bolso. Hoje, várias despesas com materiais podem ser deduzidas de tributos como ICMS, PIS e COFINS, desde que haja nota fiscal e tudo esteja muito bem documentado.
Os principais materiais dedutíveis são:
- Cimento, tijolos, concreto, areia e pedra: insumos básicos da obra.
- Materiais de acabamento: revestimentos, pisos, louças, metais sanitários.
- Ferramentas e equipamentos: em alguns casos, também entram na conta, dependendo da destinação e da legislação do estado.
- Transporte desses materiais: quando registrado corretamente, também pode ser considerado.
Agora, atenção: com a Reforma Tributária chegando, isso também pode mudar. A partir de 2026, os créditos tributários passam a ter um papel ainda mais estratégico.
Com o novo sistema (CBS e IBS), a tendência é que tudo o que for custo direto na operação da obra possa gerar crédito para abater no imposto a pagar. Parece ótimo, né?
Por exemplo: se hoje você compra R$ 100 mil em concreto, esse valor entra como custo, mas não necessariamente gera crédito integral nos tributos.
Com a nova regra, parte desse valor poderá ser usado para reduzir o que você vai pagar em CBS ou IBS. Isso significa mais controle, mais economia — mas também mais responsabilidade.
Mas tem um detalhe: ainda não está 100% claro como será o conceito oficial de “insumo” no novo modelo. E essa definição vai interferir diretamente no que entra ou não como dedução.
Por isso, quem quiser continuar aproveitando benefícios fiscais precisa ter acompanhamento constante, porque cada alteração pode representar mais (ou menos) dinheiro no caixa da empresa.
Dá para pagar menos imposto em obra própria?
Dá sim. E o melhor: quem trabalha com obra própria tem uma vantagem que a maioria ainda não percebeu — e isso, em termos práticos, significa mais margem, mais caixa e mais competitividade.
Obra própria é quando a construtora decide construir com seus próprios recursos, sem cliente contratante, para depois vender, alugar ou usar o imóvel. E a grande oportunidade aqui está no fato de que você tem controle total sobre o modelo tributário do projeto.
Diferente da empreitada para terceiros, em que a tributação é engessada, na obra própria você escolhe como quer tributar e pode planejar tudo desde o início.
Exemplo: A construtora Bragança opta pelo RET (Regime Especial de Tributação) paga 4% sobre a receita total da incorporação, já com IRPJ, CSLL, PIS e COFINS embutidos. Agora, imagine que ela fature R$ 10 milhões em um empreendimento.
Pelo RET, pagaria R$ 400 mil de tributos.
Se estivesse no Lucro Presumido ou Real, dependendo da estrutura e margem, poderia ultrapassar R$ 1 milhão.
Como você pode ver, a diferença pode ser o lucro líquido de uma obra inteira.
Em resumo, fazer a obra própria sem planejamento tributário é como construir um prédio lindo… e esquecer de calcular a fundação. A estrutura pode até aguentar, mas a qualquer momento você vai descobrir que ficou muito mais caro do que precisava.
E tem mais: com a Reforma Tributária entrando em vigor em 2026, a tendência é que as regras de crédito fiquem mais amplas — especialmente para quem tem custos diretos bem mapeados.
Ou seja, a obra própria vai permitir recuperar parte do que você gastou com materiais, serviços e estrutura através de crédito nos novos tributos (CBS e IBS). Mas só se estiver tudo muito bem documentado e amarrado no projeto desde o início.
A obra é sua. O terreno é seu. O risco é seu. Não faz sentido deixar a Receita levar mais do que precisa — principalmente se isso pode ser resolvido com estrutura, acompanhamento e estratégia.
Leia também: Os 6 maiores problemas da construção civil e como uma contabilidade especializada pode ajudar
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Sabemos que o segredo não está só em calcular impostos, mas em enxergar possibilidades dentro de cada obra. Desde o tipo de regime tributário até o aproveitamento de créditos e incentivos, cada escolha certa pode representar economia, previsibilidade e mais caixa para sua empresa investir onde realmente importa.
Com a reforma tributária chegando, quem estiver preparado vai sair na frente. E é exatamente aí que entramos: com um acompanhamento próximo, técnico e personalizado, pronto para ajudar sua construtora a crescer com segurança — mesmo num cenário de tantas mudanças. Entre em contato com um de nossos especialistas agora mesmo e descubra como podemos ajudar a sua empresa a se preparar para essa nova realidade.